Você sabia que o Papa Francisco é um religioso jesuíta? Ou seja, antes de ser sacerdote e Papa, ele abraçou a vida consagrada! Mas o que significa a Vida Religiosa?
É o próprio Papa Francisco quem nos responde que a vida consagrada é:
“O olhar que vê Deus presente no mundo, embora a muitos passe despercebido; é voz que diz: ‘Deus basta, o resto passa’; é louvor que brota apesar de tudo.”
Portanto, há um olhar, uma voz, uma decisão e um louvor que diz respeito à Vida Consagrada, ou melhor, um amor de Deus derramado hoje e sempre, que supera obstáculos da vida pós-moderna e continua atraindo homens e mulheres no mundo.
Vamos entender melhor neste post que preparamos para você!
O que é a Vida Consagrada?
Antes de qualquer definição, a Vida Consagrada é um chamado, uma vocação, uma eleição, que se deu através de um encontro pessoal com Cristo e se concretizou com um sim à vida religiosa através de uma Congregação.
Assim como os Jesuítas, há muitas outras famílias religiosas que oferecem à Igreja homens e mulheres totalmente entregues a Deus e a serviço da humanidade, logo a Vida Consagrada é exatamente a imitação de Cristo pobre, casto e obediente.
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Sendo assim, a consagração é um sim a Deus na totalidade; diferente do matrimônio, quando os noivos dizem sim um ao outro diante de Deus, sem desmerecer ou diminuir o casamento. No entanto, o consagrado professa seu amor a Deus e se torna disponível para toda missão e anúncio do Reino.
Como também, a Vida Consagrada é um prenúncio do que todos viveremos um dia, porque
“Na ressurreição, os homens não terão mulheres nem as mulheres, maridos; mas serão como os anjos de Deus, no céu.” (cf.Mt.20,30)
Mas, acima de tudo, consagrar-se a Deus é a descoberta de um amor que dispensa explicações, mas é real e muito próximo do que disse o profeta Jeremias, após ter lutado contra a vontade de Deus:
“Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir”(cf. Jr 20,7)
A caridade circula a Vida Consagrada
Segundo o Papa Francisco, Vida Consagrada é marcada por três elementos essenciais:
“A consagração, que valoriza a relação com Deus; a vida fraterna em comunidade, que dá prioridade à relação autêntica com os irmãos; e a missão, que impulsa a sair, a descentralizar-nos para ir ao encontro dos demais, particularmente dos pobres, para levá-los a Jesus”.
Dessa forma, são três aspectos fundamentais que constituem a Vida Consagrada: a profissão dos conselhos evangélicos; a vida em comunidade e a missão. Cada um com sua força, importância e atribuição.
Mas em todas elas, a prática da caridade está presente como uma característica forte do Evangelho, porque foi assim que Cristo fez: amou a todos sem distinção e deseja que façamos o mesmo.
Portanto, amar a Deus tem as vestes da Pobreza, da Obediência e da Castidade; amar a si mesmo tem reflexo na vida comunitária; e amar o outro tem extensão na missão. E o melhor de tudo é que Deus se antecipa em amor antes de qualquer ação nossa.
Porque Deus nos amou primeiro (I Jo.4,19) e derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que Ele nos concedeu (cf. Rm.5,5)
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Desafios de uma consagração
“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte […]” (cf. Ct.8,6)
O autor sagrado usa essa comparação da morte com o amor para sinalizar o quanto o amor é também exigente, nos pede renúncias, sacrifícios e mortes, logo não existe amor sem dor, como não existe ressurreição sem Cruz.
Sendo assim, da mesma forma, a vida consagrada envolve exigências e desafios constantes. Tanto para quem a procura, quanto para quem a abraça. Mas entre tantos empecilhos no caminho, vamos citar apenas três:
- A falta de escuta, de silêncio e, consequentemente, de interiorização impede muitos de ouvir a voz de Deus claramente, em contra partida, a Palavra de Deus nos exorta: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor […]” (cf. Dt.6,4)
- Ainda há o secularismo e a busca por resultados, metas, sucesso, visibilidade, números, quando a vida consagrada diz: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua […]” (cf. Jo.3,30).
- Por fim, o desejo de felicidade pessoal a qualquer custo, sem considerar aspectos da vida humana fundamentais como: família, fé e as relações humanas, entretanto o Evangelho nos orienta: “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (cf.Mc.8,36)
Porém, por que falar de obstáculos na vida consagrada? Para dizer que apesar de todas as dificuldades presentes no mundo hoje, nada pode extinguir o Amor de Deus! Ele se derrama e não se intimida, porque, em Cristo Jesus, a palavra final foi a ressurreição.
No entanto, se o amor é forte como a morte, a palavra final para a Vida Consagrada é sempre do Amor, porque nenhum desafio se compara ao amor experimentado e acolhido pela pessoa chamada.
Vida das Irmãs Beneditinas da Divina Providência
“A primeira tarefa da Vida Consagrada é tornar visíveis as maravilhas que Deus realiza na frágil humanidade das pessoas chamadas.
Mas do que com as palavras, elas testemunham essas maravilhas com a linguagem eloquente de uma existência transfigurada, capaz de suscitar a admiração do mundo.” (São João Paulo II)
Nada como o exemplo, como diz o São João Paulo II, para convencer alguém de que uma decisão vale a pena! E ninguém melhor do que os santos para testemunhar que a Vida Consagrada é uma escola de amor a Deus e ao próximo.
Assim, aconteceu com as Servas de Deus Maria e Giustina Schiapparoli que se apaixonaram por Deus, consagraram suas vidas a Ele, dedicaram-se à causa das crianças abandonadas, na Itália (séc. XIX) e fundaram, com ousadia, uma Congregação Religiosa.
De forma que a Vida Consagrada das Irmãs Beneditinas da Divina Providência é um reflexo do que Deus faz na história da Igreja, em favor da humanidade, uma vez que o Carisma da Congregação é um total abandono nas mãos de Deus, ou melhor, uma entrega confiante ao Amor.
E essa experiência do amor de Deus transborda em atos concretos seja em casas lares, centros de educação infantil, escolas, centros de convivência social e fortalecimento de vínculos, instituição de longa permanência para idosos, nas pastorais e nas missões.
Como também na catequese do povo de Deus, nos serviços paroquiais e em lugares que só quem tem um profundo amor a Deus e a humanidade escolheria viver.
Por fim, o Amor de Deus continua derramando-se sobre a humanidade e atraindo vidas que só encontram uma forma de responder a esse amor: Consagrando suas vidas ao seu serviço.
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