Acolher, Assistir e Educar, o apostolado das Beneditinas da Divina Providência

As Beneditinas comungam da ideia de Malala Yousafzai, quando afirma que “um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo” e desta forma, elas aplicam, no apostolado, três ações que fazem a diferença quando se trata de educar e evangelizar.

Mas quais são estas ações? Vamos entender neste post como Acolher, Assistir e Educar estão presentes no apostolado das Beneditinas da Divina Providência.

Beneditinas – quando tudo começou? 

Essa Jornada começa em 1847, quando duas jovens abrem sua casa para acolher crianças órfãs e abandonadas, vítimas dos conflitos na Itália do século XIX.

Dessa forma, as irmãs Maria e Giustina Schiapparoli iniciaram uma obra de acolhida de crianças que resultou na fundação de uma nova Família Religiosa; tudo amparado na confiança na Divina Providência – até hoje uma característica da vida das Beneditinas.

 

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Logo, o amor à causa cresceu; elas se tornaram mães amorosas de tantas meninas abandonadas, e essa virtude as impulsionou a abrirem a primeira escola em benefício das crianças pobres e também de meninas de melhores condições de vida. E todas conviviam bem sob os cuidados das irmãs.

Sendo assim, a acolhida, a assistência e a educação praticadas pelas Beneditinas da Divina Providência têm raízes evangélicas, portanto trazem a caridade como fonte primeira e conforme a Palavra de Deus nos diz: “a caridade jamais acabará” (cf. I Cor.13,8)

Portanto, a caridade na vida das Beneditinas se traduz em três verbos: ACOLHER, ASSISTIR e EDUCAR. Vamos conhecer cada um adiante! 

Acolher como as Beneditinas da Divina Providência

Segundo o dicionário, acolher é oferecer refúgio, proteção ou conforto físico, como também hospitalidade. Mas quando se acolhe na própria casa, se oferece a vida. E isso acontece desde a fundação das Beneditinas da Divina Providência; podemos dizer, então, que é uma herança das Fundadoras Maria e Giustina Schiapparoli.

Sendo assim, a acolhida é um traço vocacional das irmãs, uma vez que elas dão a vida por tudo que fazem.

Portanto, acolher como uma irmã Beneditina é viver a própria vocação todos os dias, nas pequenas e nas grandes situações. Acolher como ação do apostolado até a aceitação diária da vontade de Deus. 

 

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Mas essa acolhida acontece de forma concreta em diferentes frentes missionárias:

Casas lares, centros de educação infantil, escolas, centros de convivência social e fortalecimento de vínculos, instituição de longa permanência para idosos, nas pastorais e nas missões.

Além de serem uma presença misericordiosa e acolhedora junto aos doentes e idosos.

E a missão de acolher transborda em cada ação, sempre que houver uma necessidade ou apelo da Igreja e da sociedade.

Acolher, portanto, é a porta de entrada de todo apostolado e missão das Irmãs.

As Irmãs Beneditinas e a Assistência Social

“Nós, Irmãs Beneditinas da Divina Providência, segundo o nosso Carisma, nos empenhamos em dar a vida, com entusiasmo, em nossas Obras Educativas, impregnando-as com o espírito evangélico de liberdade e de caridade, ajudando as nossas crianças, adolescentes e jovens a crescerem na humanidade, no confiante abandono na Divina Providência, tornando-se “providência” para os demais.” 

Ora, tornar-se “providência” para alguém é assumir inteiramente a responsabilidade pelo bem-estar dessa pessoa, claro que ninguém como Deus faz esse papel; Ele é insubstituível. No entanto, somos reflexos do amor e do cuidado de Deus uns para os outros.

Portanto, as Irmãs Beneditinas se empenham, com alegria, para assistirem aqueles que a Divina Providência as confia. 

Especificamente em relação à área da assistência, podemos destacar os Centros de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, bem como as unidades de Instituição de Longa Permanência (ILPI) onde são acolhidos muitos idosos.” 

Ou seja, onde as Irmãs Beneditinas da Divina Providência estão há acolhimento, assistência e educação para todos que a Providência coloca em seu caminho. 

No Brasil e no mundo, são diversas unidades que têm um diferencial quando feito por elas, e esse traço de acolhida e assistência contagia colaboradores que se colocam como parceiros para o bem do próximo nesta missão.

Educar é o ápice das três ações! 

O Papa Francisco falando para os congressistas do encontro: “Educação: O Pacto Global” disse: 

“Educar não é apenas transmitir conceitos, mas um trabalho que exige que todos os responsáveis, família, escola e instituições sociais, culturais e religiosas, participem desse processo de forma solidária. 

Para educar é necessário integrar a linguagem da cabeça com a linguagem do coração e a linguagem das mãos. Que um educando pensa o que sente e o que faz, sinta o que pensa e o que faz, e faça o que sente e o que pensa”

Desde a fundação da Congregação que há paixão por educar entre as irmãs!

E essa é uma ação coletiva, uma interação profunda e articulada entre educadores, alunos, família e sociedade numa troca simultânea de saberes e de experiências, onde cada um proporciona e oferece amplas aprendizagens, em comunhão com as orientações do Santo Padre. 

Logo, a escola é o lugar por excelência onde as três ações se encontram e acontecem simultaneamente, uma vez que educar exige acolhimento e assistência e tem como fim a formação do cidadão-critão, que tem família, vive em sociedade e constrói, no tempo e na história, um novo mundo.

Nossos Colégios são chamados a ser “Lugar de Paz”,  onde todos os que fazem parte da Comunidade Educativa podem encontrar Deus e n’Ele se apoiar e abandonar suas vidas, não obstante as dificuldades e os sofrimentos.”

Assim, educar é unir o que pensa ao que se diz e ao que se faz, em uma colaboração mútua. 

E ainda, como irmã Beneditina, nunca esquecendo que a fonte e força é a Providência Divina.

“Em comunhão com toda a Igreja aqui estamos” (Oração Eucarística I)

Com certeza, a educação hoje é um lugar de muitos desafios, seja em casa ou na escola. E por diversas razões (econômicas, culturais, sociais), o ato de educar acaba sendo delegado à escola e logo sobrecarrega as Instituições com muita responsabilidade.

Mas, apesar das dificuldades, a educação ainda é a via mais segura e certa, mesmo que a longo prazo, para a formação de uma pessoa como cidadão ético, solidário e protagonista de um mundo com mais justiça e paz. 

Sendo assim, tanto a Igreja como as congregações “navegam contra a corrente” quando desejam aplicar os valores evangélicos ao ato de ensinar, porque nem sempre são compreendidas e acolhidas, mas esse desafio se torna missão, cujo motivo maior é transmitir o amor de Deus.

E como diz o Papa Francisco:  

“Não é possível educar sem induzir à beleza, sem induzir o coração à beleza. O caminho da beleza é um desafio que deve ser enfrentado.”

Logo, Acolher, Assistir e Educar é o belo caminho que a Providência Divina reservou para as Beneditinas da Divina Providência. E da melhor forma, cada irmã abraça essa missão, testemunhando o Carisma deixado por suas santas Fundadoras.

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