Madre Maria Schiapparoli e o sonho de servir

A Madre Maria Schiapparoli é uma daquelas mulheres fortes, à frente de seu tempo.  Junto com uma de sua irmã, Giustina Schiapparoli, fundou a Congregação de Irmãs Beneditinas da Divina Providência.

Vamos juntos embarcar nesta história da Santa Fundadora!

Madre Maria Schiapparoli e uma infância de provações

Foi em Castel San Giovanni, na Itália, que a Madre Maria Schiapparoli nasceu, em 1815, no seio de uma família de artesãos humildes, honestos, que se empenharam para o sustento da família.

Além disso, seus pais buscaram oferecer a ela e aos irmãos uma boa educação humana e cristã.

Mas nem tudo é alegria como em qualquer família! Quando ainda era muito pequena,  Madre Maria Schiapparoli perdeu seus 3 irmãos.

No entanto, estas não foram as únicas grandes perdas da sua infância. Em 1824, a pequena menina perdeu sua mãe, Marianna Passera. Por isso, sendo a filha mais velha, precisou assumir o cuidado dos seus irmãos menores.

Tempo depois, seu pai, Clemente, decidiu mudar-se com sua família para a cidade de Voghera. Isso aconteceu por volta do ano de 1832. 

Em seguida, em 1835, pensando no bem-estar das suas filhas e na boa educação que receberiam, o senhor Clemente tomou uma decisão importante: decidiu colocar suas filhas num internado em uma cidade próxima à Voghera.

A vida no internato 

Dessa forma, Madre Maria Schiapparoli e Madre Giustina Schiapparoli, juntamente com sua irmã menor, Luiza Schiapparoli, foram acolhidas em um internato dirigido por Madre Benedetta Fracinello Cambiagio (santa), na cidade de Pavia-Itália. Foi neste lugar que as duas jovens concluíram os estudos e se formaram como professoras.

Madre Benedetta se dedicava com generosidade ao acolhimento e à educação humano-cristã de meninas pobres e abandonadas. Dessa maneira, no seu internato, ela aliou o ensino escolar com a formação e o trabalho catequético. Desta forma, buscava transformar as meninas em modelos de vida cristã.

Logo formadas, tanto a Madre Maria Schiapparoli quanto a sua irmã Madre Giustina exerceram o magistério em Pavia e em Ronco Scrivia, para onde as duas se mudaram com Madre Benedetta.

Assim, elas acompanharam a Santa Benedetta Cambiagio desejosas de servir a Deus e as meninas pobres e filhas de camponeses da localidade.

O retorno às origens da Madre Maria Schiapparoli

A Madre Maria Schiapparoli se dedicou com empenho na obra da Santa Benedetta Cambiagio, porém a Divina Providência tinha outros planos para ela e sua irmã Giustina.

Ambas precisaram regressar à sua família, pois seu pai, já idoso, ficou viúvo novamente e precisava de cuidados. Além disso, uma de suas irmãs, Luiza, havia perdido a visão e também necessitava de ajuda.

Em 1847, Voghera, a cidade onde voltaram a morar, era uma pequena colônia agrícola que passava por uma forte crise econômica causada por guerras internas. Neste lugar se via misérias e imoralidades por todos os lados.

Além disso, diversas epidemias e pestes deixaram na miséria muitas famílias. Muitos morreram deixando órfãs centenas de crianças e jovens que a única solução que encontraram foi viver pedindo esmolas nas ruas da cidade.

Assim também o analfabetismo predominava naquele lugar, e as moças, abandonadas à própria sorte, eram vítimas de abuso e abandono que lhes causava grandes danos morais.

O chamado de Deus para amar e cuidar 

Este cenário sensibilizou fortemente e de maneira definitiva a Madre Maria Schiapparoli e sua irmã Madre Giustina. Logo, Deus inspirou nas duas o ideal de fazer algo para ajudar as meninas, a fim de amenizar tanta dor e miséria.

Foi então que, seguindo o exemplo Santa Benedetta, elas passaram a acolher em sua própria casa meninas órfãs ou abandonadas.

A elas, ofereciam cuidado e proteção, além de educá-las nos valores humanos e cristãos e na prática de trabalhos manuais. Mais do que isso, dedicavam-se a elas como mãe e mestra.

Naquele lar reinava o espírito de família e a alegria da vida comunitária.

O nascimento de uma Congregação Religiosa

O trabalho das irmãs Schiapparoli foi importante para o resgate de diversas jovens. Porém, Deus queria mais da Madre Maria Schiapparoli e de sua irmã Madre Giustina.

A palavra de ordem que o Senhor lhes deu foi esta através de sua mãe espiritual, Santa Benedetta que as deixou regressar à família: “Ide, minhas filhas! Deus quer algo de vós! Ide e a Providência Divina não vos faltará!”

Então, foi confiando nesta Providência Divina, com espírito de humildade e simplicidade, que elas fundaram a Congregação de Irmãs Beneditinas da Divina Providência, em 1849.

Assim, essa família religiosa tem como missão “manifestar o rosto materno e providente de Deus aos pequeninos do Reino”. Já o nome da Congregação vem da proteção de São Bento, seu protetor e pai,  a quem confiaram esta família religiosa e da Divina Providência que a fez nascer. 

Desta maneira, Madre Maria Schiapparoli e sua irmã Madre Giustina consagraram-se totalmente a Deus e ao serviço das meninas pobres e abandonadas, acolhendo, assistindo e educando. Viviam sob o lema de São Bento: Oração e Trabalho.

Crescimento dessa nova Família Religiosa 

Pouco depois as duas irmãs receberam o hábito religioso do padre guardião da comunidade franciscana, de Voghera. A cerimônia aconteceu em uma pequena capela do Convento dos Frades Menores Reformados.

Logo, não demorou para que o testemunho de vida da Madre Maria Schiapparoli e sua irmã Madre Giustina contagiasse as jovens internas e outras moças da cidade.

Desta maneira, em 1853, a Congregação recebeu sua primeira postulante, que fez a profissão religiosa e a tomada do hábito no ano seguinte.

Depois disso, pouco a pouco outras jovens sentiram-se tocadas por Deus e responderam seus apelos para se tornarem parte desta nova família. Sinal de que a Divina Providência está, de fato, com a Congregação, conforme o Senhor havia prometido.

Aos poucos, novas sedes foram surgindo, e assim a Congregação de Irmãs Beneditinas começou a se espalhar pelas diversas regiões da Itália e, mais tarde, pelo mundo.

Até hoje seu trabalho é intenso e frutuoso junto aos problemas da infância e da juventude pobre e marginalizada.

A partida para a Pátria Celeste

Madre Maria Schiapparoli teve uma vida de oração intensa. Além disso, foi capaz de muitos gestos de amor e sacrifícios, principalmente pelas meninas acolhidas, de quem sempre cuidou com zelo e atenção maternais.

Assim, ela e sua irmã eram conhecidas por serem trabalhadoras honestas, simples no vestir-se, afáveis e bondosas para com todos.

Contudo, o Senhor a levou cedo para junto de si. Madre Maria Schiapparoli faleceu aos 67 anos de idade, no dia 02 de maio de 1882.

Por ocasião dos 150 anos de fundação da Congregação, o Papa João Paulo II reconheceu: a Madre Maria Schiapparoli fez de sua vida “um contínuo ato de amor em favor dos pequeninos, em atitude de entrega total à Providência Divina”.

O testemunho de santidade da Madre Maria Schiapparoli

O dia 8 de agosto de 1999 está gravado no coração das Irmãs Beneditinas de um modo especial, até mesmo festivo.

Afinal, este é o dia em que aconteceu, em Roma, a abertura dos Processos de Canonização da Madre Maria Schiapparoli e da sua irmã, a Madre Giustina Schiapparoli.

Isso demonstra que irmãs Schiapparoli são um exemplo de bondade pessoal e dão testemunho de suas virtudes, verdadeiramente notáveis, de fé e caridade.

Além disso, é celebrativo o fato de que muitas pessoas têm alcançado graças junto a Deus por meio da intercessão da Madre Maria Schiapparoli e da Madre Giustina.

Mais recentemente, em 2018, o Papa Francisco oficializou o decreto de Venerabilidade das Servas de Deus, Madre Maria e Giustina Schiapparoli.

Nesse sentido, este título canônico é concedido postumamente a quem, em cuja vida, são reconhecidas as virtudes heroicas e que estão em processo formal de canonização.

Em outras palavras, viver as virtudes heroicas significa viver de forma excepcional as virtudes teologais de Fé, Esperança e Caridade, além das virtudes cardeais de Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança.

Leia também: Qual a diferença entre vocação e missão?

 

Peça a intercessão da Madre Maria e da Madre Giustina Schiapparoli

Ó Deus, Pai Providente, que tens manifestado o teu amor e a tua predileção pelos pequenos, pelos abandonados, pelos pobres, acolhe a oração que te fazemos. Seguindo o exemplo de Maria e Giustina Schiapparoli, concede-nos viver e agir segundo o Evangelho e tornar Madre Maria Schiapparoli visível, no mundo, teu amor misericordioso e providente.

Ouve a súplica que te dirigimos, nesta nossa necessidade (colocar a intenção), também, pelos méritos de Maria e Giustina Schiapparoli, e, particularmente, pelos merecimentos de Jesus, teu Filho e nosso Senhor. Amém.

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