Nossa história
O Instituto das Irmãs Beneditinas da Divina Providência teve origem em Voghera, província de Pavia, Italia, Diocese de Tortona, em 1849, com as irmãs MARIA e GIUSTINA SCHIAPPAROLI.
Naturais de Castel San Giovanni, província de Piacenza, órfãs de mãe, ainda em tenra idade transferiram-se com o pai, Clemente, para Voghera, por volta do ano 1832. Em 1835, foram acolhidas, Maria, como professora e Giustina, como estudante, no Estabelecimento das Pobres Filhas Derelitas de Pavia, dirigido, desde 1826, por Benedetta Cambiagio Frassinello.
Quando Benedetta Cambiagio Frassinello foi afastada de Pavia, em 1838, as irmãs Schiapparoli seguiram-na para Ronco Scrivia, província de Gênova, futura sede do Instituto Religioso que Benedetta, em seguida, haveria de fundar.
No início de maio de 1847, Maria e Giustina tiveram que retornar a Voghera para cuidar do pai, então, viúvo e doente, e da irmã Luigia que ficara cega. Esta faleceu após alguns meses e o pai alguns anos mais tarde. Durante esse período, elas não limitaram a sua missão em cuidar apenas dos familiares, mas se abriram também aos problemas sociais da cidade.
Um dos problemas mais graves era a mendicância, sobretudo de menores, visto que as leis em vigor não conseguiam remediá-la. Esta chaga se alastrava também em Voghera: era normal encontrar, ao longo das estradas, crianças e adolescentes que estendiam a mão para obter um pedaço de pão.
As irmãs Maria e Giustina Schiapparoli, chamadas pelo Senhor, fizeram-se mães amorosas de tantas meninas, entregues à mendicância e expostas a perigos materiais e morais, abrindo a sua própria casa para algumas delas.
Em 1848, ainda sem receber o hábito religioso, deram início, na casa paterna e de forma privada, a uma nova família religiosa.
Em 1849, as duas irmãs receberam o hábito religioso das mãos do Superior da comunidade franciscana, na pequena capela do convento dos Frades Menores Reformados.
Em 1850, alugaram alguns locais em Voghera, na Rua Castello, onde abriram uma pequena escola, logo muito frequentada. Acolhiam também meninas ricas, para terem meios de sustentar as órfãs. Na pequena escola, conviviam, sem distinção, as meninas pobres e aquelas mais favorecidas.
No mesmo ano, a Instituição, fundada pelas Irmãs Schiapparoli obteve a aprovação diocesana do Bispo de Tortona, Dom Giovanni Negri.
Em 1853, uniu-se a elas a primeira postulante que fez a vestimenta e a profissão religiosa em 1854.
Outras jovens quiseram fazer parte desta família religiosa nascente, atraídas pelo perfume de santidade e pelo ideal apostólico das duas Irmãs.
Para sustentarem a si mesmas e às meninas acolhidas, as Irmãs não seguiram o costume da época de mendigar, mas se empenharam nos trabalhos de bordado e costura para a Collegiata di San Lorenzo de Voghera.
Em 1860, começaram a surgir outras casas e se desenvolveram as obras de educação e de assistência, com particular atenção às meninas que eram retiradas da miséria para formá-las na religião, na virtude e nos trabalhos, segundo a idade de cada uma.
As dificuldades não desanimaram as duas irmãs: “Confio na Divina Providência que virá em socorro das necessidades desta pobre casa”, assim escreve Giustina, com fé e espírito profético.
No dia 10 de janeiro de 1861, Vittorio Emmanuele II, rei de Sardegna, de Cipro e de Jerusalém, autorizava a ereção de uma Entidade, na cidade de Voghera, um Instituto de Recolhimento para as meninas em situação de risco.
No dia 10 de janeiro de 1880, depois de trinta anos de experiência, Dom Vincenzo Capelli, Bispo de Tortona, aprovou o 1° Regulamento das Irmãs Beneditinas da Divina Providência de Voghera.
Mais tarde, com o decreto de 21 de março de 1916, o Bispo de Tortona, Dom Simon Pietro Grassi, aprovou o Instituto como Congregação Religiosa. Em 13 de agosto de 1920, o mesmo Bispo aprovou, oficialmente, o novo Regulamento, segundo as prescrições do Código de Direito Canônico, promulgado pelo Papa Bento XV.
Com o transcorrer dos anos, a pequena semente cresceu e, em 1936, durante o governo de Madre Elena Arbasino, aconteceram as primeiras fundações no Brasil.
No mesmo ano, a Sé Apostólica, com o Decreto de 10 de fevereiro de 1936, aprovou e confirmou o Instituto como Congregação Religiosa de Direito Pontifício, e as novas Constituições, revistas pelo Abade Placido Lugano, da Congregação Beneditina de Santa Maria de Monte Oliveto.
A aprovação Pontifícia das Constituições foi confirmada, definitivamente, em 25 de outubro de 1943, depois de um setênio de experiência.
Hoje, presente nos diversos continentes, o Instituto continua vivenciando o compromisso carismático das Irmãs Schiapparoli, seguindo a sua espiritualidade de configuração beneditina, muito bem expressa no lema Ora et Labora, que se destaca no escudo da Congregação.
Como o Carisma das Fundadoras se encarnou e se tornou evidente na vida da comunidade eclesial da época, refletindo sempre a simplicidade e a humildade das suas origens, assim, também, a sua chama incandescente compromete cada Irmã, em todos os tempos, a transmitir, profeticamente, o Evangelho, abrindo-se, com confiante coragem e caridade, para a ação missionária e para os problemas dos irmãos, especialmente da infância e da juventude necessitada, confiando sempre na Divina Providência.