A formação é uma obra artesanal, não policial. Deve-se formar o coração. Caso contrário, serão formados pequenos monstros, adverte Papa Francisco. O Papa insiste, ainda, que a formação não deve ser voltada somente para o crescimento pessoal, mas para sua prospectiva final: o cuidado do povo de Deus. Formando as pessoas, é necessário pensar nos fiéis, aqueles aos quais estas serão enviadas. Não devemos formar administradores, gestores, mas mães, consagrados, irmãos, companheiros de viagem. É necessário formar pessoas que sejam testemunhas da ressurreição de Jesus. 

A formação deve favorecer o amadurecimento pessoal, em todas as dimensões da formanda: afetiva, intelectual, social, comunitária, apostólica e espiritual. Para que isto ocorra, é necessário dispor de um período de tempo suficientemente amplo para o qual se estabelecem alguns objetivos, meios e parâmetros bem definidos. 

O objetivo central do caminho formativo da Irmã Beneditina da Divina Providência é a preparação da pessoa para uma total consagração de si mesma a Deus, no seguimento de Cristo, em um itinerário de progressiva assimilação dos sentimentos de Jesus para com o Pai, mediante a ação do Espírito, a serviço da missão. 

A formação é […] sempre um caminho de contínua renovação para atingir a plena estatura de Cristo e a […] Congregação deve favorecer uma sólida formação, tanto inicial como permanente, adaptada às peculiares e mutáveis circunstâncias da realidade e da cultura, segundo o Carisma próprio da Congregação, levando em conta as capacidades intelectuais e os dons pessoais de cada uma.  

A formação deve atingir a pessoa, na sua totalidade, para que aprenda a arte de buscar os sinais da Providência de Deus, em si mesma e nas realidades do mundo, numa harmoniosa unidade entre a dimensão contemplativa e a apostólica, sabendo que esta deve ser realizada em um ambiente que favoreça o discernimento e a resposta à vocação.

São três as finalidades primordiais do processo formativo: propiciar a configuração com Cristo, desenvolver o sentido de uma pertença comprometida com a Congregação, e viver a vocação em comunhão com a Igreja. Atingir estas finalidades é necessário para o amadurecimento dos membros, de forma que possam abraçar e viver a Consagração na fidelidade, trabalhando em conformidade com o Carisma da Congregação, assumindo e conservando o espírito das Fundadoras, Maria e Giustina Schiapparoli, e as suas intenções, como também as Sãs Tradições, pois tudo isso constitui o patrimônio do Instituto, e vivendo a comunhão-missão eclesial.  

A vocação da Irmã Beneditina da Divina Providência é uma graça do Pai que a amou por primeiro, mas, ao mesmo tempo, é opção e escolha. Vocação e opção devem ser verificadas, acompanhadas, discernidas e amadurecidas. No diálogo vocacional, que constitui o coração da experiência formativa, encontra-se, de uma parte, Deus que chama – como quer, quando quer, quem quer – e de outra, uma pessoa concreta – nascida em uma cultura, crescida em uma família, que desenvolveu determinada visão da vida, que responde ao chamado interior de um modo íntimo e integral. Sabe-se que os modos pelos quais uma vocação é sentida, orientada e desenvolvida, podem ser diversos.