A primeira coisa que tenho a dizer é “obrigada”! Gratidão a Deus, aos meus familiares e a Congregação das Irmãs Beneditinas da Divina Providência, que ao longo desses mais de 60 anos tem me acolhido, desde o meu processo formativo. Recordo nesse agradecimento todas as pessoas que de uma forma ou de outra partilharem de suas vidas, seja os doentes nos hospitais, as crianças nos centros de educação infantil e de forma especial recordo esses últimos 20 anos que estou aqui na missão de acolhimento no Lar Mãe Maria, onde já passaram centenas de crianças e adolescentes.

Em toda a minha vida houve fatos marcantes, e cada uma das comunidades, seja na Itália, onde fiz meu processo formativo, de Postulado, Noviciado e Juniorato, e a terra onde dei meu SIM, definitivo a Deus, através dos Votos Perpétuos. Foram 24 anos de muito aprendizado, onde bebi na fonte da espiritualidade de nossas Santas Fundadoras Maria e Giustina Schiapparoli. Nesse tempo tive a graça de morar na casa onde elas iniciaram o seu apostolado. Nesses longos anos fora do Brasil vivi a dor que nossas Fundadoras viveram, perdi minha amada mãe Tereza, com um pouco mais de 60 anos de idade. Foi uma grande perda em minha vida.

Após esses longos fora do Brasil, voltei a minha amada pátria, e com a experiência de atuação na área da saúde, através do curso de Enfermagem, muito contribuí nos hospitais da Província.  Realizei meu apostolado por muitos anos nos hospitais seja em Imbituba, Nova Veneza, Sombrio, e também nas casas de acolhida aos idosos. Em meio a tantas memórias afetivas só posso dizer como o salmista:  “Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca!” (Salmo  33,1). A minha Vida Religiosa Consagrada, deve ser um continuo ato de louvor a Deus, com esse propósito escolhi essa frase deste salmo, tanto na primeira profissão, e também na profissão perpétua.

Contemplar todos esses de consagração, é perceber também este louvor que se fez presente em cada dia, cada missão desenvolvida, cada criança acolhida, cada ferida do corpo ou da alma das milhares de pessoas que passaram pelo meu caminho. Celebrar 60 anos de Vida Religiosa, é uma grande alegria, é também, me unir a doação de meus pais que deram tudo de si pelos seus 18 filhos que criaram não sem dificuldades, mas com muito amor e carinho, foi essa a base para toda a minha formação humana e cristã. É assim que me sinto ao chegar nessa altura da minha vida, buscando a estatura de Cristo que é a meta final.

Irmã Celestina Minatto

São José dos Pinhais-Paraná